domingo, 12 de abril de 2009

Relato: 4ª etapa do Circuito Adventure Camp 2007 - Paraty / RJ

Para a última etapa do Adventure Camp, dias 24 e 25 de novembro de 2007 na linda e histórica Paraty, fomos com a mesma formação das duas últimas etapas: Rose Hoeppner, Rafael Melges, Arthur Rizzi e eu.

Após a largada dos kids e teens, os 400 adultos saíram como loucos em direção aos ducks, que transportariam 3 ou 4 pessoas. Essa seria a primeira estratégia a ser definida por cada equipe: se todos os integrantes seriam transportados dentro do duck, ou se um deles iria nadando, com a opção de utilizar objetos flutuantes para auxiliá-lo.

Optamos por ficarmos todos dentro do duck, o que nos rendeu algumas colocações, e chegamos em segundo lugar no PC 01. Bênção do mar. Algumas equipes rebocavam o quarto integrante em pranchas ou boias, mas não funcionou muito bem, tornando a remada lenta.

Dali iniciamos uma portagem de 3 km. Improvisamos um carrinho de malas para transportar o duck, o que nos poupou um pouco de energia (carregar o duck no braço toda essa distância é bem desgastante). Eu venho cultivando uma lesão no joelho há um mês, mas esperava que ela me atacasse no final do trekking. Estava errado, mal comecei a correr e o joelho já doeu, quase que simultaneamente!

Terminada a portagem, mais uma perna de remo, e logo a frente dividimos a equipe. Rose e Rafa remaram todo o restante até o PC 05, enquanto Arthur e eu seguimos correndo por uma trilha que costeava o mar. Entre o PC 04 e o 05, erramos a entrada da trilha, e ficamos perdidos aproximadamente 40 minutos em mata bem fechada. É a hora que tudo de errado acontece. Psicológico lá embaixo, nada de trilha, saraivaida de espinhos na perna do Arthur (com direito a médico depois da prova), sangue descendo dos dois, enxame de abelhas, até que achamos a trilha! Caímos no mangue, atravessamos reto, estrada (manca, corre, manca), pinguela, e encontramos o restante da ARS no PC 05, desanimadíssimos com nossa demora! Daí em diante era só subida íngreme, singletracks beirando o mar, e muito calor. Corríamos em silêncio. Desânimo.

Passamos uma equipe, outra, mais outra, e nossa cabeça foi melhorando. Quem sabe ficaríamos entre os 10 primeiros? Sei não... A cada metro eu aprendia a controlar a dor no joelho, e isso só aumentava minha motivação. “Deixa doer, basta não pensar nisso.”, pensava comigo. Um pouco de anti-inflamatório ajudou.

Como ouvimos no briefing, que aconteceu no dia anterior, seria esse um trecho lindo. Duro, mas lindo. Pena que passamos tão compenetrados, não deu pra ver muita coisa. Depois mais uma série de fortes subidas, daquelas intermináveis. Bom, no fundo a gente gosta é disso.

Como tudo que sobe desce, começamos a descer pelas trilhas íngremes. Um tropeção em um galho, seguido de uma bela decolada, e claro, uma aterrisagem de peito. “Peraí Arthur, o Leozinho caiu!”, gritou o Rafa. Nem deu tempo, quando ele ouviu eu já estava correndo de novo. Engraçado como as câimbras atacam essa hora! Mas não é hora de contar as avarias, já avistamos mais duas equipes, pega pega!

Passamos dentro de uma casa, o cachorro já veio atrás:

- Grrrrrrrrr, au au au!
- Vai deitá, Maiada! - gritou a moradora da fazenda.
- A Maiada é brava? - perguntei.
- É. Tá cum fiote.

Na verdade não vimos nem a cor da Maiada, mas fiquei pensando durante muito tempo que ela devia ser malhada né.

Aceleramos na corrida e logo chegamos na área de transição das bikes, junto com outras equipes. Arthur e Rafa subiram para fazer o rapel, enquanto a Rose e eu ficamos no PC. E dá-lhe gelo no joelho! Foi ótimo, nos recuperamos, comemos, e logo chegaram os dois. Rápido assim? E o melhor é que haviam ultrapassado mais equipes neste trecho.

Quero minha bike, agora é tudo ou nada! Soca soca, trabalho de vácuo, média alta e vamos gastar o que restou das pernas. Agora já estávamos muito confiantes, ultrapassamos outra equipe na estrada (6º lugar!), outra na subida íngreme da torre (5º lugar), e mais outra na estrada para a chegada! Assinamos o PC 13 em 4º lugar; vibramos tanto que o PC comemorou junto com a gente.

Bom, agora tínhamos tudo para chegar bem! Ou não? Caramba, minhas marchas não desciam, parei para ver e o cabo estava preso, engripado, não corria nem com reza braba. Xinga xinga, bate, e nada. Tive que terminar com marcha na maior catraca, trocando somente os volantes. Até daria para consertar, mas a Lifeguard, que estava logo atrás da gente, poderia nos alcançar. Quando dava, eu pedalava, mas girava em falso. Tive que ficar o mais aerodinâmico possível para ajudar Arthur e Rafa me rebocarem. Só 4 km, tinha que dar tempo! Deu.

Mesmo terminando em 4º lugar comemoramos bastante, pois nossa recuperação foi muito sofrida. Mas nos empenhamos muito para conseguir. A raça, o sangue no olhos e o trabalho de equipe são características da ARS. A capacidade de suportar a dor se torna cada vez mais natural a cada treino, a cada corrida.

Gostaríamos de agradecer à nossa equipe de apoio Raquel Breda, Ricardo Longo (grandes amigos), Gustavo e Andressa. Eles nos motivaram muito, e não teríamos conseguido sem isso. E aos nossos amigos e familiares que acompanharam a cobertura online e mandaram energias positivas!

A equipe ARS corre com o patrocínio de São Francisco Clínicas e High Tech Imports, e com o apoio da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Academia Wellness, The Pilates Studio, Unaerp, Só Suplementos e Bike Mais.






Site oficial do evento: http://www.adventurecamp.com.br/



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