terça-feira, 23 de julho de 2013

Haka Expedition 120 km - Botucatu 2013

Desde quando o Daniel Franquim me chamou para participar de algumas provas com sua equipe AKSA, não tivemos muita sorte. Antes do Haka Expedition, fizemos três provas juntos, porém a sorte não pedalou, remou, nem correu do nosso lado. Em uma delas o canote do selim do Daniel quebrou com 1 km de prova, e em outra ele foi assaltado no caminho para a largada. 

Em contrapartida, a prova de Botucatu foi um verdadeiro banho de descarrego, e acabou com todo mau-olhado. Vamos aos fatos!


A cidade.
Abastecida pelo Aquífero Guarani, Botucatu é uma cidade pacata, com natureza extravagante, detentora de cartões postais peculiares. Engloba a região da Cuesta, onde a erosão do solo cria imponentes formações rochosas de arenito, como é o caso das místicas Três Pedras. Reza a lenda que Botucatu abriga o maior criadouro de sacis do mundo. A equipe local Saci não poderia ter um nome mais significativo.


Cuesta e Morro das Três Pedras
Photo by Togumi / Adventuremag



A prova.
Após largada de mountain bike às 12h de sábado (13/07/2013), atravessamos Botucatu até uma área rural. Neste primeiro trecho, nós e muitas outras equipes quebramos um pouco a cabeça para atravessar algumas fazendas. 

Erros à parte, conseguimos nos encontrar e recuperamos as posições. Fomos a primeira equipe a chegar no Posto de Controle (PC) 03, onde era a primeira transição para a corrida. Aqui o quarteto da Xingu estava praticamente junto conosco.


Primeira perna de mountain bike
Photo by Togumi / Adventuremag



Para chegar nas Três Pedras, onde foi feito o rapel, pegamos uma trilha em mata fechada com descida bem íngreme, para depois atravessar um campo sem trilhas até as famosas pedras. Dani fez o rapel rapidinho e corremos até o PC 05 para uma transição veloz, para então pegar as bikes.

Após alguns erros de navegação, a troca de posições era constante entre a dupla local Saci, atletas bem condicionados e grandes amigos. Eles estavam fortes e dispostos a ganhar a qualquer custo (com toda a razão, pois a prova era no quintal da casa deles). Em um trecho de asfalto, conseguimos ganhar uma vantagem graças a uma escapada um tanto "suicida", revezando o vácuo com o Dani. A noite já havia caído, e os faróis estavam a todo vapor. Deu certo!


A canoagem.
Mais uma transição, pegamos os caiaques e seguimos na represa, com as lanternas apagadas. O trecho de canoagem da prova foi animal: céu estrelado, estrelas cadentes, e uma linda e amarela lua rindo pra nós! Acho que o astral da noite nos deu força para adotarmos uma remada cadenciada e constante, com uma pequena parada para comer e (opa!) fazer xixi.

Já em terra firme, corremos com os remos na mão até a última transição, por um trecho com areia até pegarmos uma rodovia. Penso que quem passou de carro não entendeu nada ao ver pessoas de coletes salva-vidas, remos e capacetes com lanternas correndo, na calada da noite. Chegamos ao PC, onde uma suculenta pizza nos aguardava (obrigado Paty e Carlos)! Essa foi nossa transição mais lenta, onde gastamos aproximadamente 6 minutos entre chegar correndo e sair de bike!

Pedalamos até um rio fundo, onde atravessamos as bikes por comando Crawl (uma corda e uma roldana sobre o rio). O Dani foi pela corda, e eu, para adiantar, fiquei só de bermuda e me atirei na água. Sim, a noite estava bem fria, mas juro que a água estava uma delícia!

Roupas (quase) secas de volta, pedalamos por uma subida bem longa, pegamos uma rodovia, e entramos na cidade, mas com olhos sempre na nuca, preocupados com a aproximação de alguma equipe.


A linha de chegada.
Yeah! Cruzamos o pórtico em primeiro lugar nas Duplas Masculinas, às 0h30 (total de 120 km percorridos em 12h30 de prova), e com sorrisos de orelha a orelha! De quebra, a premiação foi uma inscrição para as duplas campeãs (mista e masculina) para o Desafio Aysén, que será em janeiro de 2014, no Chile. A dupla mista ribeirão pretana Lebreiros, Isa e Fred, também venceu em sua categoria, e serão nossos companheiros em terras chilenas.

Pódio (Dupla Masculina)


Gostaria de agradecer à Cia Athletica Ribeirão Preto pelo apoio, à AKSA, ao meu parceiro Dani pela confiança depositada em mim, ao meu técnico Rodrigo Inouye e sua assessoria Outside Sports, responsável pelos meus treinos, e principalmente à nossa equipe de apoio na prova: Patricia Alves de Faria (minha amiga Paty). Ela realmente fez a diferença nas áreas de transição, onde tinha tudo o que precisávamos com praticidade. E a todos os sacis que porventura cruzamos no caminho e nos rogaram boa sorte!

Site oficial da prova: http://www.hakarace.com/web/hakaexpedition/


O Desafio Aysén.
Ãh? Muito cedo pra pensar ainda, nem caiu a ficha, calma!



Um comentário:

  1. Agora sim acredito que depois da tempestade vem a bonança!! Parabéns a toda equipe pela garra, determinação!! E aos Sacis.. com certeza fizeram um bom trabalho abrindo caminhos de luz e boas vibrações!! Tenho certeza que as terras chilenas o sucesso se repetirá!! :)

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